A Prefeitura do Rio declarou hoje o Bar do Momo, famoso reduto da boemia, como Patrimônio Cultural Carioca. O bar tijucano, que completa 50 anos este mês, e é tradicionalmente conhecido pelo seu bolinho de arroz e pela batida de maracujá, é o 32º estabelecimento a ser incluído no Circuito dos Botequins do Patrimônio Cultural.
Com a medida, o Bar do Momo, que fica na Rua General Espírito Santo Cardoso, ganhou uma das já conhecidas plaquinhas azuis, indicando sua importância para o bairro e todo o Rio. O nome do espaço faz referência ao personagem carnavalesco, uma vez que seu antigo dono, Abrahão Reis, foi Rei Momo do carnaval carioca. A placa foi entregue à família que comanda atualmente a casa.
“Eu me sinto muito lisonjeado por ser condecorado com essa graça que é a placa de patrimônio cultural do Rio de Janeiro. Esse reconhecimento dos botequins é muito importante porque, de certa forma, eles eram marginalizados. Estamos brindando à alma do carioca, homenageando algo que faz parte do seu cotidiano”, afirmou Antônio Carlos Laffargue dos Santos, mais conhecido como Toninho do Momo. Toninho é filho de Tonhão, Antônio Lopes do Santos, proprietário do bar desde 1986.
O bar é o 32º botequim a entrar para a lista, que conta com nomes famosos, como Adega Pérola, Café Lamas, Bracarense e outros. O trabalho de identificação dos patrimônios culturais da cidade é realizado pelo Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH), órgão vinculado à Secretaria Municipal de Planejamento Urbano (SMPU).
“Esse projeto existe desde os anos 90, mas só a partir de 2010 começamos a fazer os circuitos por temas, identificando os locais da cultura carioca. Nesse sentido, temos o Circuito dos Botequins e o Bar do Momo foi identificado como um local tradicional da boemia tijucana. Estamos muito felizes porque hoje também é dia do Patrimônio Histórico, então estamos comemorando em grande estilo”, declarou Laura Di Blasi, presidente do IRPH.
Circuitos do Patrimônio Cultural Carioca
Desde 2010, os Circuitos do Patrimônio Cultural Carioca começaram a ser feitos por temas que valorizam o patrimônio cultural. Os circuitos deixaram de ser focados em arquitetura e passaram a abranger temas livres, ligados à cultura e à identidade carioca. Por meio da fixação de uma placa informativa, a Prefeitura do Rio seleciona locais de destaque para cada tema. Em cada placa, os visitantes podem saber um pouco mais sobre o local e sua importância para a história da cidade e para o tema em questão.
São 22 circuitos com bens culturais espalhados por toda a cidade. Entre os circuitos, temos: Liberdade, Art-Déco, Cinemas, Trem, Botequins, Águas, Samba, Bossa Nova, Praça Tiradentes, Herança Africana, Choro, Negócios Tradicionais, Literatura e outros.